O TABAGISMO NO MUNDO E NO
BRASIL
Apesar
da redução do tabagismo em países desenvolvidos e também no Brasil, o cigarro
ainda é o grande mal do mundo moderno.
O tabagismo,
dentre todos os fatores ambientais do século, certamente representa o mais vil
e ameaçador de todos, representando o maior fator de risco para o desenvolvimento
de tumores malignos (um terço de todos os
casos), doenças pulmonares, doenças cardiovasculares, doenças cerebrais entre
outras. Calcula-se que 100 milhões de mortes foram causadas pelo tabaco no
século XX segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Paradoxalmente, é o único produto legal que causa a morte da metade de seus
usuários regulares. Isto significa que de 1,3 bilhão de
fumantes no mundo, 650 milhões vão morrer prematuramente por causa do cigarro.
PANORAMA
MUNDIAL
Em vários
países do mundo como China, Índia, Estados Unidos e
Rússia, o tabagismo, tem alta prevalência.
Calcula-se que a mortalidade mundial aumentou cerca
de 5% nos últimos anos. Estima-se que um em cada quatro homens e uma em cada 20
mulheres fumem hoje em dia. Aproximadamente 80% dos tabagistas vivem em 24
países, sendo dois terços em países de baixa e média renda onde a carga das
doenças e mortes tabaco relacionadas é ainda mais frequente. Estima-se também
que os fumantes atuais consumam cerca de seis trilhões de cigarros todos os
anos. O consumo de tabaco no mundo vem crescendo em países em desenvolvimento e
reduzindo em países desenvolvidos.
O
TABAGISMO NO BRASIL
No Brasil,
felizmente os números, ainda alarmantes, vem diminuindo ao longo dos últimos 25 anos.
Neste período, a percentagem de fumantes diminuiu de 29% para 12% entre os
homens e de 19% para 8% entre as mulheres. Vários
fatores explicam a menor proporção de homens e mulheres
brasileiras que aderiram ao cigarro. Impostos mais altos, restrição ao tabaco
em lugares fechados (lei antifumo vigente há mais de 5 anos), e os alertas e
informações sobre os efeitos deletérios do cigarro em escolas, universidades,
mídia, e nos próprios maços de cigarro são ações positivas que melhoraram as
estatísticas nacionais. Ainda assim, o Brasil representa o oitavo lugar no
ranking de número absoluto de fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões
de homens).
Outro dado positivo é a diminuição em 34% nos últimos cinco anos dos fumantes passivos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013, o tabagismo passivo foi
a terceira maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o
tabagismo ativo e para o consumo excessivo de álcool. No Brasil, a proporção de
pessoas de 18 anos ou mais de idade não fumantes expostos ao tabagismo passivo
foi de 14,7% em casa e 14,4% no trabalho em ambientes fechados. Entre os
gêneros, a proporção é maior entre as mulheres em casa (11,7%) e nos homens no
trabalho (16,9%).
Esta mesma tendência positiva se observa em relação
a diminuição nas taxas de tabagismo entre a população jovem
brasileira com melhora nos indicadores de experimentação e
aumento da idade média da experimentação. Contextualizando, pesquisas nacionais
indicam que o uso de tabaco ocupa o segundo lugar no ranking de drogas mais
experimentadas no país. A idade média de experimentação de tabaco entre os
jovens brasileiros é de 16 anos de idade, tanto para meninos quanto para
meninas, sendo maior entre estudantes da rede pública de ensino. Importante
mencionar que este é o grupo no qual grandes investimentos devem ser feitos
pois 90% dos fumantes iniciam seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa em
que o indivíduo ainda se encontra na fase de construção de sua personalidade.
Ou seja, o tabaco é sem dúvida o grande
mal do mundo moderno, e a melhora dos números no nosso país
serve de motivação para aumentarmos e intensificarmos as campanhas
(principalmente nas escolas), o governo aumentar cada vez mais a restrição do
seu uso através de mais acentuada elevação dos impostos, limitação à
propaganda, e restrição ao hábito em âmbito social, além de proporcionar maior
investimento em programas antitabagismo para que brasileiros e brasileiras
consigam com segurança parar de fumar de forma definitiva. Eu diria que neste
momento uma batalha foi vencida, mas com certeza a guerra ainda não.
Disponível
em: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/o-tabagismo-no-mundo-e-no-brasil/Acesso
em: 27/08/18
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